Èṣù jẹ òrìṣà kan pàtàkì ti a ńsin jákèjádò ilẹ̀ Yorùbá. Èṣù ni o lagbara jú nínú gbógbó
iránṣẹ Ọlọ́run.
Tradução: Exú é um Orixá importante e adorado em toda a
terra Iorubá. Ele ´o mais poderoso entre todos os servidores de Deus.
“Os
primeiros europeus que tiveram contato na África com o culto do orixá Exu dos iorubá, venerado pelos fòn como o Vodun Legba ou Elegbara,
atribuíram a essa divindade uma dupla identidade: a do deus fálico greco-romano
Príapo e a do diabo dos judeus e cristãos. A primeira por causa dos altares,
representações materiais e símbolos fálicos do orixá-vodun; a segunda em razão de
suas atribuições específicas no panteão dos orixás e voduns e suas
qualificações morais narradas pela mitologia, que o mostra como um orixá que
contraria as regras mais gerais de conduta aceitas socialmente, conquanto não
sejam conhecidos mitos de Exú que o identifiquem com o diabo (PRANDI, 2001, pp.
38-83) ”.
A Identidade é uma categoria efetivamente importante
para compreendermos como o indivíduo se constitui, influenciando sua autoestima
e sua maneira de existir. Neste sentido, é fundamental, para a compreensão da problemática
do Afrodescendente, o conhecimento das formas pelas quais ele desenvolve sua
identidade, principalmente em contextos sociais adversos, onde é discriminado.
Aproximadamente três milhões e meio de negros
Africanos foram trazidos através do tráfico para serem escravizados no Brasil.
Com a escravidão, as famílias e clãs dos povos africanos eram separados
arbitrariamente. No Brasil, a religião católica lhes era imposta pelos senhores.
É errôneo o conceito que prega ser a cultura africana-brasileira, uma “sobrevivência” que se mostrou
mais
efetiva nos centros urbanos e nas grandes fazendas de açúcar.
O presente curso, aberto a todas as pessoas
interessadas na Cultura Geral Afro-brasileira, independente de raça, cor,
credo, orientação sexual, opção política, etc., vem mostrar que, ao contrário
do que se divulga, a cultura africana-brasileira é resultado de um diálogo
permanente. Nesses locais havia maior concentração de escravos que se reuniam com
seus povos de origem, dando continuidade a seus rituais e cultos de forma velada.
A cultura foi mantida viva também pelo constante número de escravos que
chegavam ao Brasil, trazendo a força das raízes ancestrais e tradições
africanas. E a contribuição dos
“Retornados” (homens e mulheres que voltaram
para a África, depois de abolida a escravidão) para o
quadro cultural dos dois lados do Atlântico, é fundamental para a sobrevivência
dessa cultura. Nesse
sentido o candomblé se constituiu exemplo lapidar de organização de esforço.
Nesse contexto, a transversalidade nas políticas
culturais se mostra importante. No caso dos terreiros de candomblé e das
comunidades remanescentes de quilombos, por exemplo, a continuidade e a
preservação de sua cultura são inseparáveis do seu território. Contudo é
importante que se dê nota ao caráter de resistência desempenhado pelo Candomblé
enquanto agremiação política de
concentração de poder cultural papel esse “invisibilizado” pela
postura eurocêntrica das elites brasileiras, que costumam restringir o Candomblé a condição de “prática religiosa pagã”,
como parte do esforço permanente pela “demonização” das matrizes africanas. Entretanto é
justamente o Candomblé que vai posicionar o conhecimento da
Língua e da Cultura Ioruba- Nagô como suporte estratégico na luta pelo resgate
da cidadania afrodescendente. É o conhecimento da Língua e da Cultura Iorubá
que vai cimentar a identidade cultural diferenciada. É do Candomblé que surge a
associação da Bahia com a prática Orixá e o diferencial positivo que essa
associação traz em termos de dividendos turístico, políticos e culturais para
essa terra, em troca do desprezo e da discriminação dos seus legítimos
herdeiros em nome da manutenção de um status
quo que coloca o Brasil como uma nação europeia distante da sua população afrodescendente,
negando assim parte importante da sua herança de sangue e de cultura.
Curso de Introdução a Língua e
Cultura Ioruba-Nagô
Modalidade:
Presencial
Local:
Centro Universitário da Bahia – Estácio FIB – Campus Gilberto Gil
Rua R. Xingu, 179 - Jardim Atalaia, Salvador - BA,
41770-130
Inicio:
3 de agosto de 2016
Termino:
19 de outubro de 2016 [ao todo serão dez (10) encontros]
Horário:
Das 18:00 as 20:00.
Inscrições: www.estacio.br/ cursoslivrespresencial
(Abrir sempre
utilizando o navegador Internet Explorer).
Contatos: Profa. Thais
Gualberto
Professor Adelson
(98644-7753)