Friday, December 7, 2018

Ọ̀rọ̀ ojoojumọ́ A nossa Conversa diária O fim de Semana Escolar em Lagos



 
Esse artigo é uma homenagem ao esforço de educadores dos dois lados do Atlântico negro, pelo resgate da educação que dignifica o homem e a mulher não só afrodescendentes como também a todos os que buscam a construção, ou melhor, o resgate de uma sociedade global na qual a vida seja parametrizada por valores de respeito à senioridade e a história familiar alargada aos moldes das famílias Iorubás.

Minha preocupação se aprofunda enquanto testemunho diariamente o desfile de eventos a configura o extermínio dos jovens afrodescendentes baianos e brasileiros, dizimados por conta de um desengajamento cultural assustador.

Não faz muito tempo e eu, trafegava por uma artéria da cidade de Salvador na companhia de minha esposa, e de dois netos menores de idade (sendo um deles, na época, ainda um bebe) tivemos os celulares subtraídos por dois jovens. Estavam em uma motocicleta e um deles, um rapaz afrodescendente de boa aparência e boa estatura, ocupando a garupa da referida motocicleta, apontava uma arma de fogo para minha esposa enquanto ordenava que entregássemos os pertences de valor incluindo telefones celulares

Isso é o cúmulo do desamor, da falta de criação respaldada na compaixão e no respeito a senioridade. É a declaração de validade do reino da ignorância do significado de família e essa não é, definitivamente, uma característica das culturas africanas e das famílias africanas, eu posso garantir.

Não há necessidade que justifique a agressão a Ancestralidade representada pelo desrespeito a sênior na medida em que esse tipo de atitude se instalou na sociedade brasileira.

Por isso, trago esse texto para homenagear dois educadores, um deles afrodescendente e o outro africano nato pelo exemplo deles exigir que tomemos posição pelo resgate dos valores da família alargada a exemplo do que prega a cultura iorubá-nagô.

Minhas homenagens vão, no lado de cá do Atlântico negro, para o Professor Dr. Padre Gilson Magno dos Santos, baiano de Cachoeira, Professor Titular de Língua e Literatura Latinas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com pós-doutorado em letras clássicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Professor Padre Gilson é graduado em Teologia pela Pontifícia Universidade Lateranense (Roma, Itália, 1986) e é Pós-Doutor em Letras Clássicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2017).

É Mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Vaticano, 1992) e Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Vaticano, 1993). Ministra aulas no curso de Mestrado em Museologia e coordenador de projetos no Instituto Federal da Bahia (IFBA). Sonho em vê-lo no futuro com Monsenhor ocupando a vaga deixada pelo saudoso Padre Sadock.

Do outro lado do Atlântico negro, minha homenagem vai para o Professor Dr. Félix Ayoh´OMIDIRE, um irmão iorubá, um baluarte da defesa da língua e da cultura Ioruba em todo o mundo é Professor Titular I de estudos literários, étnico-raciais e culturais luso-afro-brasileiros e afro-latino-americanos na Universidade Ọbafẹmi Awolọwọ, Ile-Ife, Nigéria, mesma instituição acadêmica onde obteve sua graduação nas áreas de Francês e Português.

O Professor Félix foi professor de intercâmbio da Universidade Federal da Bahia (2002-2006). Atualmente, é professor titular de língua portuguesa e estudos literário, culturais e étnico afro-brasileiros da citada Universidade que fica em Ile-Ife, Nigéria.

Ele tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada e estudos culturais e identitários, atuando principalmente nos seguintes temas: iorubanidade, diáspora iorubana, ancestralidade, memória, globalização; Africanidades: cultura e tradição, literatura africana contemporânea, feminismo africano, literatura franco-africana, cultura africana e cultura iorubana, turismo, memória cultural e história das diásporas iorubanas em sociedades latino-americanas e afro-caribenhas.

            O texto que me mobilizou está em um blog intitulado “The Yoruba blog”, publicado em língua iorubá (que na nossa Bahia da colonização até os anos 1950, era referida como língua nagô) com tradução para o inglês e tem o seguinte título: “Ohun ti mo fẹ́ràn nípa Ìsimi Iparí Ọ̀sẹ̀”, o que em português ficaria algo como “O que eu amo do recesso de fim de semana” ou ainda “O que eu mais gosto de curtir no fim de semana”.

            Destaco ainda dois pontos em relação ao texto:

i.               Se trata de um relato gerado por um estudante acerca do seu cotidiano escolar em uma instituição de ensino secundário que funciona em Lagos, e do seu envolvimento com sua família, uma narrativa que contraria um preconceito instituído no ocidente segundo o qual na África só existe fome, ignorância e desamor.

ii.            Está escrito originalmente em língua iorubá, demonstrando que se trata de uma língua dotada de léxica e semântica,
 
Vamos ao texto (o qual irei traduzindo cada parágrafo à medida em que a narrativa avança):
 
Ohun ti mo fẹ́ràn nípa Ìsimi Iparí Ọ̀sẹ̀ 
Tradução: “O que eu mais gosto de curtir no fim de semana”
Ni ọjọ́ Ẹti, ọjọ́ karun ti a ti bẹ̀rẹ̀ ilé-iwé ni ọ̀sẹ̀, inú mi ma ń dùn nitori ilé-iwé ti pari ni agogo kan ọ̀sán, ti ìsimi bẹ̀rẹ̀.
Tradução:
Na sexta-feira, o quinto dia da semana escolar, eu fico muito feliz por que o recesso semanal escolar começa à uma hora da tarde.
Mo fẹ́ràn ìsimi ipari ọ̀sẹ̀ nitori mo ma nri àwọn òbí mi.  Lati ọjọ́ Ajé titi dé ọjọ́ Ẹti, mi o ki ri ìyá àti bàbá mi nitori súnkẹrẹ-fàkẹrẹ ọkọ̀ ni Èkó, wọn yio ti jade ni ilé ni kùtùkùtù òwúrọ̀ ki n tó ji, wọn yio pẹ́ wọlé lẹhin ti mo bá ti sùn.
Tradução:
Gosto do fim de semana por que eu encontro com meus pais. De segunda a sexta, eu não encontro com eles por conta de eles acordarem muito cedo e saírem quando eu ainda estou dormindo para assim evitar o tráfego da cidade de Lagos e quanto retornam tarde da noite eu já estou dormindo.
Mo tún fẹ́ràn ìsimi ipari ọ̀sẹ̀ nitori mo ma ńsùn pẹ́, mo tún ma a ńri àyè wo eré lori amóhùn-máwòrán.  Ni àkókò ilé-iwé, mo ni lati ji ni agogo mẹfa òwúrọ̀ lati múra fún ọkọ̀ ilé-iwé ti yio gbé mi ni agogo meje òwúrọ̀.  Ṣùgbọ́n ní igbà ìsimi ipari ọ̀sẹ̀, mo lè sùn di agogo mẹjọ òwúrọ̀. 
Tradução:
Também gosto do fim de semana por que posso dormir tarde, posso também ver programas de televisão. Durante a semana escolar, eu acordo as seis da manhã para me preparar para tomar a condução escolar que me apanha as sete. Porém, no fim de semana, eu posso dormir até as oito da manhã.
Ni ọjọ́ Àbámẹ́ta, ìyá mi ma nṣe oriṣiriṣi oúnjẹ ti ó dùn, mo tún ma njẹun púpọ̀.  Ni ọjọ́ Àikú (ọjọ́ ìsimi) bàbá mi ma ngbé wa lọ si ilé-ìjọ́sìn, lẹhin isin, a ma nlọ ki bàbá àti ìyá àgbà.  Bàbá àti ìyá àgbà dára púpọ̀.
Tradução:
No sábado, minha mãe prepara várias comidas muito gostosas, e eu posso comer muito. No domingo, meu pai nos leva para a igreja, e depois da igreja nós vamos cumprimentar meu avô e minha vó. Meu avô e minha vó são muito bons.
Ni ọjọ́ Àikú ti ìsimi ti fẹ́ pari, inú mi ki i dùn nigbati òbí mi bá sọ wi pé mo ni lati tètè sùn lati palẹ̀mọ́ fún ilé-iwé ti ó bẹ̀rẹ̀ ni ọjọ́ Ajé.
Tradução:
No domingo, quando termina o recesso do fim de semana, eu não gosto muito por que os meus pais me fazem ir para cama mais cedo por conta de me preparar para a semana escolar que começará no dia seguinte, segunda-feira.

Referências:

1.    Gilson Magno dos Santos


2.    Fèlix Ayoh OMIDIRE :


3.    Imagem


 

Sunday, December 2, 2018

Ṣe o n gbọ́ Ànàgó? Você Entende Nagô?




E káalẹ́ o ...
Ṣ´àlàáfíà lo wa?
O to ọjọ́ mẹta o
Gbogbo Ara ile n kọ́?
Iṣẹ́ n kọ́?
Orúkọ temi ni Olukọ́ Adelson de Brito.
Emi ni Olukọ́ yin.
Emi ni yóò kọ́ yin ni èdè Yorùbá.

Você entendeu o que está escrito acima? Não? Vamos traduzir:

Boa noite
Você está bem?
Quanto tempo, hein?
A família, todos bem?
O trabalho vai bem?
Meu nome é Professor Adelson de Brito
Eu vou ensinar a vocês a língua Iorubá
 

Você sabia que na Bahia que na Bahia o povo negro da Bahia falava “Nagô”? Em um artigo publicado em fevereiro de 2015, o Professor João José Reis, titular do Departamento de História da Universidade Federal da Bahia explica que o que os iorubás da Bahia dos anos 1940 eram chamados e se chamavam a si mesmos de nagôs.
Quando eu era criança e morava no Tororó, ouvia minha avó materna falar de um tempo em que ela via as negras vendedoras de acarajé na Praça dos Veteranos conversar umas com as outras em “língua nagô”. Mas que eram os “nagôs”?
“Nagôs" ou Anagôs era a designação dada aos negros escravizados e vendidos na antiga Costa dos Escravos e que falavam o iorubá.Ngô”
Outro dia conversava com meu grande amigo e colaborador Misbah Akanni e ele me dizia que no Togo, ele conversou em Iorubá com várias pessoas, mas que essas não usavam a expressão “Iorubá” para se referir a língua ou a cultura, e sim a expressão “Nagô”.
O trabalho magistral desenvolvido pelo linguista afro-norte-americano Lorenzo Turner e resgatado recentemente pelo Antropólogo Xavier Vatin e publicado sob o título de “Memórias Afro Atlânticas” traz as gravações registradas por aquele estudioso na Bahia nos anos 1940/41.
Nessas gravações aparecem músicas, orações e histórias cantadas e contadas por Martiniano do Bonfim (Babalaô, filho de escravos educado em Lagos, hoje Nigéria, e que foi consultor de Mãe Aninha no Ile Axé Opô Afonjá), Menininha do Gantois, Joãozinho da Goméia e Manoel Falefá. Aparece também a voz do Babalorixá Jeje Manoel Menezes (também conhecido como Manoel Menêz) mostrando domínio da língua Fon, falado pelos negros vindos do Daomé (hoje na República do Benin).
Lorenzo Dow Turner (1890 – 1972) foi chefe dos departamentos de inglês da Universidade Howard e da Universidade Fisk por um total combinado de quase 30 anos. Ele criou o currículo de Estudos Africanos nessa última.
Amanhã começaremos uma série de publicações em língua nagô e traduções como prévia do Curso de Iorubá-Nagô a ser lançado brevemente.

Referencias:

1.    Iorubás
2.    REIS, J.J.; Sobre o significado de nagô; http://atarde.uol.com.br/opiniao/noticias/1659307-sobre-o-significado-de-nago (acessado em 02/12/18)
3.    Crédito Imagem: autor

 

Monday, January 15, 2018

O feriado nacional pelo dia de Martin Luther King


 
Hoje, 15 de janeiro, se comemora nos Estados Unidos da América o dia de Martin Luther King Jr.
É oficialmente o aniversário de nascimento do Dr. Martin Luther King, Jr. Essa data no calendário é um feriado nacional norte-americano.
Martin Luther King Jr.,  nasceu em Atlanta em 15 de janeiro de 1929 e foi um pastor protestante e ativista político. Tornou-se um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo.
Como ministro Batista, King tornou-se um ativista dos direitos civis já no início de sua carreira. Ele liderou em 1955 o boicote aos ônibus na cidade de Montgomery, no estado do Alabama (onde os negros não podiam sentar caso houvesse um branco de pé. Ele/Ela tinha que ceder o lugar para o branco) e ajudou a fundar a Conferência da Liderança Cristã do Sul ([Southern Christian leadership Conference], uma agencia sem fins lucrativos em defesa das pessoas de cor) em 1957, servindo como seu primeiro presidente.
Seus esforços o levaram à Marcha sobre Washington de 1963, onde ele fez seu discurso memorável I Have a Dream [ Eu tenho um sonho] (veja a imagem acima).
Em 14 de outubro de 1964 ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo combate à desigualdade racial através da não violência. Nos próximos anos seguintes (e que que antecederam a sua morte), ele expandiu seu foco para incluir a pobreza e a Guerra do Vietnã, nas suas atividades sociais. Com um discurso de 1967 intitulado Beyond Vietnam – A time to berak the silence [Além do Vietnã: um tempo para quebrar o silêncio"], também referido como discurso da Igreja de Riverside, ele inaugura, sem medo uma luta de justiça pró-social, que o levou a figurar na lista de comunistas e inimigos do estado americano. Esse discurso foi proferido em 4 de abril de 1967, exatamente um ano antes de ser assassinado.
Martin Luther King Jr., foi assassinado em 4 de abril de 1968, em Memphis, Tennessee. Ele recebeu postumamente a Medalha Presidencial da Liberdade em 1977 e a Medalha de Ouro do Congresso em 2004.
Centenas de ruas nos EUA também foram renomeadas em sua homenagem.
O Dr. King, como era sempre referido, foi o principal porta-voz do ativismo não-violento no Movimento de Direitos Civis, que protestou, com sucesso contra a discriminação racial na lei federal e nas leis estaduais.
A campanha para um feriado federal na honra do rei começou logo após seu assassinato em 1968. Coube ao presidente Ronald Reagan assinar o decreto que transformou em Lei o feriado em 1983, e foi observado pela primeira vez três anos depois. Nos primeiros tempos dessa celebração alguns estados resistiram a observar o feriado como tal, dando-lhe nomes alternativos ou combinando-o com outros feriados. Finalmente foi oficialmente observado em todos os 50 estados pela primeira vez em 2000.

Feliz dia de Martin Luther King Jr., para todos os afrodescendentes na diáspora.

 
Referencias:

1.      Martin Luther King Jr.


2.      Beyond Vietnam: A time to Break Silence

 

 

 

Tuesday, August 9, 2016

Ìjọba Olóri-Ogun àkọ́kọ́ Aguiyi-Ironsi, ou o Governo do General Aguiyi-Ironsi


 
O dia 29 de julho na Nigéria, o pais com maior população negra do mundo (o Brasil tem a segunda) é quase tão importante quanto o dia 1º de outubro quando em 1960, esse pais Oeste Africano obteve sua independência da Grã-Bretanha. Mas a importância e relevância de 29 de Julho para a sua história política, negativa ou positivamente, continua a ser indiscutivelmente óbvio O drama do dia 29 de julho há 49 anos, desencadeou uma série de eventos que levaram a algumas mudanças fundamentais na história do país. Foi o dia em que o primeiro chefe de Estado militar, o major-general Johnson Thomas Umunakwe Aguiyi-Ironsi, foi derrubado e que acabou por ser o mais sangrento golpe militar na Nigéria. Ironicamente, nove anos depois, quando o beneficiário do golpe de 29 de julho de 1966, o general Yakubu Gowon, foi afastado do cargo, o fato ocorreu sem derramamento de sangue.

Um blog muito interessante de título “The Yoruba blog” ou em Português “ O blog Iorubá”, publicou um artigo o qual transcrevemos abaixo e traduzimos, fazendo algumas observações, que julgamos didáticas, sobre a tradução.

 Começando pelo título do artigo Ìránti Aadọta Ọdún ti Ọ̀gágun Adékúnlé Fájuyi fi ara rẹ ji fún Àlejò rẹ, Olóri-Ogun àkọ́kọ́ Aguiyi Ironsi”, em Português poderia ser:  Celebração dos cinquenta anos da lealdade do Coronel Adekunle aos estrangeiros, sob o comando do General Aguiyi Ironsi

O texto em Ioruba segue assim:

“Yorùbá fẹ́ràn àlejò púpọ̀.  Ìwà ti ọmọ ilú lè hù ti yio fa ibinú, bi àlejò bá hu irú ìwà bẹ́ ẹ̀, wọn yio ni àlejò ni, ki wọn fori ji i.  Òwe Yorùbá ti ó sọ wi pé “Ojú àlejò ni a ti njẹ igbèsè, ẹhin rẹ la nsaán”.  Eyi fi hàn bi Yorùbá ti fẹ́ràn lati ma ṣe àlejò tó.

Ìbàdàn ni olú-ilú ipinlẹ̀ Yorùbá ni Ìwọ̀-Oorun Nigeria tẹ́lẹ̀ ki Ìjọba Ológun ti Aguiyi Ironsi ti jẹ Olóri tó kó gbogbo ipinlẹ̀ Nigeria pọ si aarin lẹhin ti wọn fi ibọn gba Ìjọba lọ́wọ́ Òṣèlú ni aadọta ọdún sẹhin. Lẹhin oṣù keje ni aadọta ọdún sẹhin, àwọn Ológun fi ibọn gba Ìjọba ni igbà keji.  Ti àkọ́kọ́ ṣẹlẹ̀ nigbati wọn fi ibọn lé àwọn Òṣèlú àkọ́kọ́ lẹhin òmìnira kúrò ni ọjọ́ karùndinlógún, oṣù kini ọdún Ẹdẹgbaalemẹrindinlaadọrin.  Lẹhin oṣù meje, àwọn Ológun tún fi ibọn gbà Ìjọba lọ́wọ́ àwọn Ológun ti wọn fi ibọn gbé wọlé ti Aguiyi Ironsi jẹ olóri rẹ.  Lára Ìjọba Ológun àkọ́kọ ti Ọ̀gágun Aguiyi Ironsi ti jẹ́ Olóri Ìjọba ni wọn ti fi Ọ̀gágun Adékúnlé Fájuyi jẹ Olóri ni ipinlẹ̀ Yorùbá dipò Òṣèlú Ládòkè Akintọ́lá ti àwọn Ológun pa”.

Acho didático dividir a tradução em partes para melhor compreensão da postura do povo Ioruba, com relação a estrutura de comunicação das ideias da ordenação gramatical dos elementos de linguagem assim como também da sintaxe: O primeiro parágrafo é relativamente simples (para quem está no nível intermediário) . Então, vamos direto para o segundo parágrafo:
 
Ìbàdàn ni olú-ilú ipinlẹ̀ Yorùbá ni Ìwọ̀-Oorun Nigeria tẹ́lẹ̀ ki Ìjọba Ológun ti Aguiyi Ironsi ti jẹ Olóri tó kó gbogbo ipinlẹ̀ Nigeria pọ si aarin lẹhin ti wọn fi ibọn gba Ìjọba lọ́wọ́ Òṣèlú ni aadọta ọdún sẹhin. Lẹhin oṣù keje ni aadọta ọdún sẹhin, àwọn Ológun fi ibọn gba Ìjọba ni igbà keji.  Ti àkọ́kọ́ ṣẹlẹ̀ nigbati wọn fi ibọn lé àwọn Òṣèlú àkọ́kọ́ lẹhin òmìnira kúrò ni ọjọ́ karùndinlógún, oṣù kini ọdún Ẹdẹgbaalemẹrindinlaadọrin.  Lẹhin oṣù meje, àwọn Ológun tún fi ibọn gbà Ìjọba lọ́wọ́ àwọn Ológun ti wọn fi ibọn gbé wọlé ti Aguiyi Ironsi jẹ olóri rẹ.  Lára Ìjọba Ológun àkọ́kọ ti Ọ̀gágun Aguiyi Ironsi ti jẹ́ Olóri Ìjọba ni wọn ti fi Ọ̀gágun Adékúnlé Fájuyi jẹ Olóri ni ipinlẹ̀ Yorùbá dipò Òṣèlú Ládòkè Akintọ́lá ti àwọn Ológun pa.
Vamos dividir em partes o segundo parágrafo, repetidno as partes em Iorubá para uma melhor análise:
i)             Ìbàdàn ni olú-ilú ipinlẹ̀ Yorùbá ni Ìwọ̀-Oorun Nigeria tẹ́lẹ̀ ki Ìjọba Ológun ti Aguiyi Ironsi ti jẹ Olóri tó kó gbogbo ipinlẹ̀ Nigeria pọ si aarin lẹhin ti wọn fi ibọn gba Ìjọba lọ́wọ́ Òṣèlú ni aadọta ọdún sẹhin.
 Ìbàdàn ni olú-ilú ipinlẹ̀ Yorùbá ni Ìwọ̀-Oorun Nigeria “Ibadan é (era) a capital do estado Ioruba do oeste da Nigéria (tẹ́lẹ̀ ki = antes) até a incursão militar (‘Ìjọba Ológun’ ) literalmente ‘reino militar’ liderada por Aguiyi Ironsi, que foi o Chefe (Olóri) que consolidou (‘tó kó gbogbo’ (transmite a ideia de imperativo, coercitivo” ipinlẹ̀ Nigeria (Estado da Nigéria) pọ si aarin (forçar ao centro) lẹhin ti wọn fi ibọn gba Ìjọba (pelas armas tomar o poder) (depois de ter tomado o governo mediante golpe militar) lọ́wọ́ Òṣèlú (das mãos dos políticos, quer dizer, do governo democraticamente eleito) ni aadọta ọdún sẹhin (há cinquenta anos atrás).
 Vamos dividir mais uma vez a segunda parte desse texto:
ii)            Lẹhin oṣù keje ni aadọta ọdún sẹhin, (depois de sete meses a cinquenta anos atrás) àwọn Ológun fi ibọn gba Ìjọba ni igbà keji (os militares deram um segundo golpe (contra-golpe)).   

iii)           Ti àkọ́kọ́ ṣẹlẹ̀ nigbati wọn fi ibọn lé àwọn Òṣèlú àkọ́kọ́ lẹhin òmìnira (Nesse tempo, quando do golpe militar que derrubou o primeiro governo democrático, depois da independência) kúrò ni ọjọ́ karùndinlógún, oṣù kini ọdún Ẹdẹgbaalemẹrindinlaadọrin (aconteceu no dia quinze de janeiro [(ọjọ́ karùndinlógún = dia 15), oṣù kini ọdún = janeiro mil e novecentos (Ẹdẹgbaale) e sessenta e seis (mẹrindinlaadọrin = 70 – 4 = 66).

iv)           Lẹhin oṣù meje, àwọn Ológun tún fi ibọn gbà Ìjọba lọ́wọ́ àwọn Ológun ti wọn fi ibọn gbé wọlé ti Aguiyi Ironsi jẹ olóri rẹ.

v)            Lára Ìjọba Ológun àkọ́kọ ti Ọ̀gágun Aguiyi Ironsi ti jẹ́ Olóri Ìjọba ni wọn ti fi Ọ̀gágun Adékúnlé Fájuyi jẹ Olóri ni ipinlẹ̀ Yorùbá dipò Òṣèlú Ládòkè Akintọ́lá ti àwọn Ológun pa.
 
 Deixamos as duas partes acima como exercício. Na semana que vem, estaremos analisando o texto: “Ìgbésí Ayé Aláwọ̀-dúdú Ṣe pàtàki” pé Àwọ Lè Yàtọ̀, Ṣùgbọ́n Ẹ̀jẹ̀ Kò Yàtọ̀ – “ A vida do negro é importante, a cor da pele pode ser diferente, mas o sangue é o mesmo”.

Referencias:

2.    Johnson Aguiyi-Iornsi: https://en.wikipedia.org/wiki/Johnson_Aguiyi-Ironsi (acessado em: 09/08/16)

Tuesday, July 19, 2016

Curso Presencial de Introdução a Língua e Cultura Ioruba-Nagô na Estácio – FIB 2016.2


Èṣù j òrìà kan pàtàkì ti a ńsin jákèjádò ilẹ̀ Yorùbá. Èṣù ni o lagbara jú nínú gbógbó iránṣ Ọlọ́run.

Tradução: Exú é um Orixá importante e adorado em toda a terra Iorubá. Ele ´o mais poderoso entre todos os servidores de Deus.

“Os primeiros europeus que tiveram contato na África com o culto do orixá Exu dos iorubá, venerado pelos fòn como o Vodun Legba ou Elegbara, atribuíram a essa divindade uma dupla identidade: a do deus fálico greco-romano Príapo e a do diabo dos judeus e cristãos. A primeira por causa dos altares, representações materiais e símbolos fálicos do orixá-vodun; a segunda em razão de suas atribuições específicas no panteão dos orixás e voduns e suas qualificações morais narradas pela mitologia, que o mostra como um orixá que contraria as regras mais gerais de conduta aceitas socialmente, conquanto não sejam conhecidos mitos de Exú que o identifiquem com o diabo (PRANDI, 2001, pp. 38-83) ”.

 

A Identidade é uma categoria efetivamente importante para compreendermos como o indivíduo se constitui, influenciando sua autoestima e sua maneira de existir. Neste sentido, é fundamental, para a compreensão da problemática do Afrodescendente, o conhecimento das formas pelas quais ele desenvolve sua identidade, principalmente em contextos sociais adversos, onde é discriminado.

Aproximadamente três milhões e meio de negros Africanos foram trazidos através do tráfico para serem escravizados no Brasil. Com a escravidão, as famílias e clãs dos povos africanos eram separados arbitrariamente. No Brasil, a religião católica lhes era imposta pelos senhores. É errôneo o conceito que prega ser a cultura africana-brasileira, uma “sobrevivência” que se mostrou mais efetiva nos centros urbanos e nas grandes fazendas de açúcar.

O presente curso, aberto a todas as pessoas interessadas na Cultura Geral Afro-brasileira, independente de raça, cor, credo, orientação sexual, opção política, etc., vem mostrar que, ao contrário do que se divulga, a cultura africana-brasileira é resultado de um diálogo permanente. Nesses locais havia maior concentração de escravos que se reuniam com seus povos de origem, dando continuidade a seus rituais e cultos de forma velada. A cultura foi mantida viva também pelo constante número de escravos que chegavam ao Brasil, trazendo a força das raízes ancestrais e tradições africanas. E a contribuição dos

“Retornados” (homens e mulheres que voltaram para a África, depois de abolida a escravidão) para o quadro cultural dos dois lados do Atlântico, é fundamental para a sobrevivência dessa cultura. Nesse sentido o candomblé se constituiu exemplo lapidar de organização de esforço.

Nesse contexto, a transversalidade nas políticas culturais se mostra importante. No caso dos terreiros de candomblé e das comunidades remanescentes de quilombos, por exemplo, a continuidade e a preservação de sua cultura são inseparáveis do seu território. Contudo é importante que se dê nota ao caráter de resistência desempenhado pelo Candomblé enquanto agremiação política de concentração de poder cultural papel esse “invisibilizado” pela postura eurocêntrica das elites brasileiras, que costumam restringir o Candomblé a condição de “prática religiosa pagã”, como parte do esforço permanente pela “demonização” das matrizes africanas. Entretanto é justamente o Candomblé que vai posicionar o conhecimento da Língua e da Cultura Ioruba- Nagô como suporte estratégico na luta pelo resgate da cidadania afrodescendente. É o conhecimento da Língua e da Cultura Iorubá que vai cimentar a identidade cultural diferenciada. É do Candomblé que surge a associação da Bahia com a prática Orixá e o diferencial positivo que essa associação traz em termos de dividendos turístico, políticos e culturais para essa terra, em troca do desprezo e da discriminação dos seus legítimos herdeiros em nome da manutenção de um status quo que coloca o Brasil como uma nação europeia distante da sua população afrodescendente, negando assim parte importante da sua herança de sangue e de cultura.

 

Curso de Introdução a Língua e Cultura Ioruba-Nagô

Modalidade: Presencial

Local: Centro Universitário da Bahia – Estácio FIB – Campus Gilberto Gil

            Rua R. Xingu, 179 - Jardim Atalaia, Salvador - BA, 41770-130

Inicio: 3 de agosto de 2016

Termino: 19 de outubro de 2016 [ao todo serão dez (10) encontros]

Horário: Das 18:00 as 20:00.


(Abrir sempre utilizando o navegador Internet Explorer).

Contatos: Profa. Thais Gualberto

Professor Adelson (98644-7753)

 

 

Tuesday, February 24, 2015

Ẽpa he, Ọya, Iyá mẹsan ọ̀run!


O título é, literalmente, a saudação mais conhecida dirigida ao Orixá Iansã.
Na nossa Bahia, denominada mui sabiamente de “A Roma Negra” em pronúncia feliz realizada pela Saudosa Mãe Aninha ou Ọba Biyi, do Axé Opo Afonjá, Iansã é muito cultuada dentro e fora dos nossos Templos de Matriz Africana. Na Mitologia Yoruba o nome Ọya (que nós pronuciamos ´Oyá´) provém do rio de mesmo nome na Nigéria, onde seu culto é realizado, atualmente chamado de rio Níger. Na Nigéria, Ọya é uma divindade das águas como Ọ̀ṣun e Yemọja, mas também é relacionada ao elemento ar, sendo uma das divindades que ao lado de Ayrá e Orìṣà Afẹ̃fẹ controla os ventos. Costuma ser reverenciada antes de Ṣàngó (Xangô) como o vento personificado que precede a tempestade. Assim como a Orixá Obá, Oyá também está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Xangô a incumbência de guiá-los a um dos nove céus de acordo com suas ações. O nome Iyánsan, entretanto, é um título dado a Oyá, por Xangô, em referencia a sua função junto a humanidade no entardecer da vida faz (ou `ọ̀san`). Iyásan (que para a nossa pronúncia se reduz a Iansã) quer dizer A mãe (Iyá) do entardecer(ọ̀san). Ainda há versões que traduzem como a A mãe do céu rosado. Eu, particularmente, prefeiro aquela primeira, em negrito. Era como Ele a chamava pois dizia que ela era radiante como o entardecer. Os nossos Irmãos Africanos da tradição Orixá e os de fora também, costumam saudá-la antes das tempestades pedindo a ela que apazigue Xangô, o Orixá dos trovões, raios e tempestades pedindo clemência, pronuciando assim:Ẽpa he, Ọya, Iyá mẹsan ọ̀run!.

Traduzindo, enquanto analisamos a etmologia, teremos os seguontes componentes: Ẽpa he = Saudação a sua ligação com Xangô, um dos grandes líderes da fraternidade Ògbóni  na segunda parte, a expressão Iyá = Mãe; mẹsan = nove; ọ̀run = céus.

Então,

Ẽpa he, Ọya, Iyá mẹsan ọ̀run!

Referencia:


2.      Imagem: Tempestade

Sunday, December 21, 2014

“Babalóriṣa”


 

 
Lembro como tivesse acontecido ontem:

Era década de 1970, e passava eu pela praça da Sé, na nossa Salvador da Bahia, quando escutei de uma loja de discos, uma batida de atabaques ritmada pelo som do agogô. Sentia uma atração irresistível pelo candomblé, enquanto ouvia de meus pais (mais precisamente do meu pai) recomendações desabonadoras sobre “gente de candomblé”. Tudo isso para mais tarde constatar que todos da família do meu pai e parte da família da minha mãe era “gente de candomblé”).

Voltando a praça da Sé, me vem nos ouvidos a voz marcante, gutural, na qual o solista entoava aqueles versos maravilhosos em língua Ioruba. O `Pai de Santo` cantava para Exú:

 

“ – Ibarabô Exú bara Ibá Koxé....”

 

 Era a voz de Luís da Muriçoca, gravada em um disco antológico.

Nos dicionários, ele é Luís Alves de Assis, ou o Babalorixá Luís da Muriçoca, nascido em 1920, e esteve à frente do terreiro Ilê Axé Ibá Ogum por várias décadas. O terreiro foi fundado em 1890, e localiza-se em Salvador, na Avenida Vasco da Gama, no Vale da Muriçoca...e por aí vai; Porém, para minha modesta pessoa e para alguns que tiveram a HONRA de ter compartilhado o mesmo ar com aquele ícone da nossa cultura, ele era Oguntoshi.

Mas o motivo maior para essa intervenção é a relação entre uma faixa do disco Candomblé da Bahia, de Luís da Muriçoca, de título Babalorixá e o despertar do meu interesse por uma maior compreensão da língua Ioruba. Nessa faixa, Oguntoshi declama uns versos segundo um fraseado que se escuta mais ou menos assim:

 

Li lolô orukó ré baba, ati emum ati emi baba....”

 

Nos anos 1980, comecei a interagir com estudantes nigerianos do programa de intercâmbio entre as Universidades Ilê Ifé e Universidade Federal da Bahia. Comecei a checar o fraseado, e não encontrava respaldo que desse suporte ao fraseado entre aqueles jovens, ou seja, eles não entendiam o fraseado. De início julguei que se tratasse de um desfasamento natural entre gerações e suas respectivas formas características de comunicação (as formas da comunicação utilizadas, naturalmente são diferentes) entre os que vieram como escravos no século 19 e as formas de comunicação em uso nos anos 1970/80). Em verdade, na minha ótica, a razão desse desfasamento entre comunicações dentro da mesma Língua Ioruba, se deve a esse fato e alguns outros acessórios, dentre os quais destaco o seguinte: A língua Ioruba é uma língua tonal, ou seja, mudando o tom ou a acentuação, muda o significado da palavra. Daí, o fato da transmissão do conhecimento da Língua Ioruba entre as nossas gerações, não ter acontecido de forma organizada, a língua Ioruba que nós praticamos no Candomblé, perdeu uma das suas características fundamentais: A tonalidade como forma de diferenciação entre palavras de mesma grafia. Como estudioso dessa forma de comunicação ainda em uso em alguns países do oeste da África, taus como a Nigéria, o Benin, Togo, etc., hoje reescrevi essa saudação assim:

 

Li Lọ́rọ̀ Orúkọ rẹ̀ Baba

 

A ti E̟ mọ, a ti E̟ mi Baba Ọlọ́run kọ rẹ̀

 

Ògún Iyè pàtaki orí awa meji

 

O so ẹni tí s̟aláyìn dodo adé gún rú n rin

 

Ohun Iyè ati sále

 

Ọbaolúaye a s̟e gb lgbe

 

Àkọ́rọ̀-ojo a fun ran súrù

 

A sun a rí gẹ́rẹjẹ ibi

 

Şàngó mọ gbọnra ti s̟e ere jẹ́jẹ́ ere

 

Ǫmǫ nlǫ san gbndu ni Àşa

 

Kẹ̀rẹ kẹ̀rẹ

 

Agora vejamos uma análise de cada uma das formas(frases) dadas acima, com as respectivas traduções:

 

Li Lọ́rọ̀ Orúkọ rẹ̀ Baba

 

 (Apelamos desesperadamente ao Vosso nome Pai)

 

 A ti E̟ mọ, a ti E̟ mi Baba Ọlọ́run kọ rẹ̀  

 

(Nós o conhecemos, Pai como Deus)

 

Ògún Iyè pàtaki orí awa meji

                         

(Que a guerra seja na medida dos dois caminhos)

 

O so ẹni tí s̟aláyìn dodo adé gún rú n rin

 

Ele vê os que não louvam com justiça ao longo da caminhada

 

Ohun Iyè ati sále

 

(Na busca pela sobrevivencia)

 

Ọbaolúaye a s̟e gb lgbe  

 

(O Senhor da Vida nos iguala)

 

Àkọ́rọ̀-ojo a fun ran súrù

 

(As primeiras chuvas trazem a esperança da espera)

 

A sun a rí gẹ́rẹjẹ ibi

 

(Nós oferecemos a vida)

 

Şàngó mọ gbọnra ti s̟e ere jẹ́jẹ́ ere

 

(Xangô faz estremecer todo o corpo e o torna infantil)

 

Ǫmǫ nlǫ san gbndu ni aşa

 

(As crianças são pequenas e robustas por costume)

 

Kẹ̀r kẹ̀r

 

(Gradualmente)

 

Pois é, meu querido leitor, minha querida leitora. Assim é a Língua Ioruba, uma ferramenta cultural rica e valorizada por antropólogos de várias nacionalidades ao redor do mundo. O professo Kayode J. Fakinlede, autor do livro “Beginner´s Yoruba” (Ioruba para Iniciantes) escreve no primeiro diálogo do seu livro:

 

Edè Yorùbá dùn púpọ̀ láti kọ́. Bótilẹ̀jẹ́pé ó s̟òro díẹ̀ láti mọ

 
Ou seja (em Português) “A língua Ioruba é muito interessante, porém um pouco difícil para aprender”.